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Reprovação a Bolsonaro na gestão da pandemia cresce entre mais pobres

O percentual de entrevistados que dizem que Bolsonaro faz um trabalho ruim ou péssimo no combate à pandemia passou de 33% para 40% em duas semanas

A avaliação negativa do trabalho de Jair Bolsonaro na crise do coronavírus subiu entre os brasileiros de baixa renda, segundo a última pesquisa Datafolha. Já a aprovação ao desempenho do presidente nesse grupo permaneceu estável.

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Na faixa da população que tem renda familiar de até dois salários mínimos por mês (R$ 2.090), o percentual de entrevistados que dizem que Bolsonaro faz um trabalho ruim ou péssimo no combate à pandemia passou de 33% para 40% em duas semanas.

Os dados fazem parte do levantamento feito pelo Datafolha de quarta (1º) até sexta-feira (3). O instituto ouviu 1.511 pessoas por telefone, para evitar contato pessoal, e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos.

Variações semelhantes ocorreram nas faixas intermediárias de renda. A reprovação ao desempenho de Bolsonaro passou de 29% para 36% no grupo que recebe de dois a cinco salários. Na faixa com renda de cinco a dez salários, o aumento foi de oito pontos: de 34% para 42%. Houve queda de 51% para 46% na fatia com renda superior a dez salários.

Os índices de rejeição ainda são mais altos entre os mais ricos, mas os números apontam uma mudança de percepção na base da pirâmide social. Quase metade da população brasileira recebe menos de dois salários mínimos por mês.

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Na pesquisa anterior, realizada de 18 a 20 de março, os índices negativos para Bolsonaro haviam sido puxados pelas fatias mais ricas e mais escolarizadas da população -que tinham maior facilidade de acesso à informação e afirmavam ter maior conhecimento sobre o coronavírus.

Segundo o Datafolha, a discussão sobre o tema se disseminou. A taxa dos que se julgam bem informados sobre a pandemia subiu cinco pontos entre eleitores que estudaram apenas até o ensino fundamental e quatro pontos no segmento de baixa renda.

Apesar do aumento na reprovação, Bolsonaro também deve a esses segmentos a estabilidade de sua avaliação positiva. O apoio ao desempenho do presidente no estrato mais pobre da população permaneceu inalterado entre as duas pesquisas, em 32%.

Diretores do Datafolha, Mauro Paulino e Alessandro Janoni apontam que esses segmentos possuem maior vulnerabilidade econômica, com taxas acima da média de informalidade no mercado de trabalho, ou são trabalhadores registrados com baixos salários, com maior temor do desemprego.

Bolsonaro investe em argumentos econômicos para sustentar sua posição contrária às medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos em diversas partes do país, como o fechamento do comércio.

“Vocês sabem do meu posicionamento: não pode fechar dessa maneira, e atrás disso vem desemprego em massa, miséria, fome, vem violência”, disse o presidente na última sexta-feira.

A redução da atividade econômica e o fechamento de escolas para conter o alastramento do vírus já impactou a população mais pobre. Muitos trabalhadores informais tiveram corte de renda, e crianças perderam acesso à alimentação que era servida na rede pública de ensino.

O governo lançou um programa emergencial de renda para esses segmentos. O pagamento foi ampliado para R$ 600 por mês após negociação com o Congresso, mas a transferência ainda não foi realizada. Bolsonaro prometeu repassar o dinheiro a partir desta semana.

Os índices negativos sobre a conduta do presidente ainda são maiores em grupos com grau de escolaridade mais alto: no estrato com ensino superior completo, 50% dizem que o presidente faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 28% aprovam seu desempenho.

A reprovação, no entanto, subiu nos segmentos com menor nível de instrução. Passou de 27% para 35% na faixa da população que concluiu o ensino fundamental e subiu de 31% para 38% no grupo com ensino médio completo.

O maior índice de entrevistados que gostariam que Bolsonaro renunciasse ao mandato aparece entre os eleitores mais pobres. No segmento com renda familiar de até dois salários mínimos, 41% acham que o presidente deveria deixar o cargo. Outros 54% são contrários à sua saída.

Os percentuais favoráveis à renúncia são menores nas outras faixas de renda: 33% no grupo que recebe de dois a cinco salários mínimos, 29% no segmento que ganha de cinco a dez salários, e 39% no bloco com rendimento superior a dez salários.

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