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Jornais deixam cobertura do Palácio do Alvorada por falta de segurança

Globo, Folha, Metrópoles e Valor fizeram anúncio; Correio Braziliense diz que saiu há 45 dias

Quatro dos principais grupos de mídia do Brasil resolveram suspender a cobertura diária do presidente na saída do Palácio da Alvorada por falta de segurança. Um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou e assediou profissionais da imprensa ontem. A decisão é por tempo indeterminado.

A decisão foi tomada na noite de segunda-feira pelas Organizações Globo – que incluem a TV Globo o, maior do país, os jornais O Globo e Valor Econômico, e o site G1– o jornal Folha de S.Paulo e o grupo Bandeirantes. Também o site Metrópoles, maior do Distrito Federal, anunciou que não fará mais a cobertura.

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O jornal O Estado de S. Paulo também não enviou mais jornalistas ao Alvorada, mas não fez nenhum anúncio oficial. Já o Correio Braziliense informou que já não faz cobertura no local há cerca de 45 dias. “A decisão foi tomada não apenas porque o jornal percebera que os apoiadores do presidente estavam cada vez mais exaltados. A retirada da equipe de cobertura deu-se também por motivos de saúde pública”, afirma.

Em nota enviada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança da Presidência, o grupo Globo informou que as agressões aos jornalistas vêm crescendo e os repórteres não irão mais ao Alvorada por falta de segurança.

A Folha informou em reportagem que somente retomará a cobertura no local depois de garantias da Presidência em relação à segurança dos repórteres.

No Alvorada, os repórteres ficam separados por apenas uma grade dos apoiadores do presidente, e são comuns ameaças e xingamentos, mas o tom tem crescido nas últimas semanas.

Na semana passada, depois de uma comunicação do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal cobrando medidas de proteção aos jornalistas, o GSI respondeu que é responsável apenas pela segurança do presidente, do vice-presidente e de seus familiares, mas que havia tomado “algumas medidas” para segurança de todos que frequentam o Alvorada, como a separação das áreas por grades.

Segundo o GSI, as medidas tomadas estão de acordo com suas atribuições de garantir a segurança das autoridades e que estas acabam por beneficiar o “público em geral”.

Em nota à imprensa nesta terça, o GSI afirmou que faz avaliações periódicas das necessidades de segurança no local. “Em decorrência desta avaliação, implementa as medidas necessárias e suficientes para garantir a segurança adequada”, afirmou, destacando a separação dos jornalistas e dos apoiadores e o uso de detectores de metal.

Entre elas, estaria a exigência do uso de máscaras para entrar no local, o que não é cumprido pela maioria dos apoiadores do presidente. Como mostram imagens do local, a maioria retira as máscaras assim que passa pela segurança.

“O GSI entende e respeita os princípios de liberdade de expressão garantidos pela legislação vigente. Assim sendo, criou as melhores condições possíveis para o trabalho dos profissionais de imprensa e, também, um espaço reservado aos apoiadores do presidente”, diz a nota.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apoiou a decisão dos dois grupos. “Esses ataques ganharam corpo e se tornaram mais graves, havendo, inclusive, agressões físicas a repórteres por parte da claque bolsonarista (…). A ABI saúda esta decisão e parabeniza as Organizações Globo e o Grupo Folha”.

Da Redação, com agência | Correio24
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