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Em reunião no MPF, risco de rompimento da Barragem Rio dos Macacos é descartado; morador reclama de ausência no encontro

As comunidades que vivem na região afirmam que a estrutura possui uma rachadura de 14 metros e que podem ser atingidas em caso de rompimento.

Diante de protestos de moradores do Quilombo dos Macacos e do Bosque Imperial de Inema, realizados na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF-BA) conduziu, na última sexta-feira (25), uma reunião virtual sobre a situação da Barragem Rio dos Macacos, que fica localizada entre os municípios de Salvador e Simões Filho.

As comunidades que vivem na região afirmam que a estrutura possui uma rachadura de 14 metros e que podem ser atingidas em caso de rompimento. Durante o encontro promovido pelo MPF-BA, no entanto, Defesa Civil de Salvador (Codesal), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e Marinha garantiram que não há risco iminente com a barragem.

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Moradores da região criticaram a reunião, que não contou com representantes das comunidades que podem ser afetadas.

“A situação de nossa comunidade é muito caótica e preocupante. Segundo o Ministério Público, deu o prazo para que todos os poderes tomassem previdência. Queremos saber qual foi essa providência. Fizeram uma reunião, mas o Ministério Público não nos deu direito de resposta. A gente não teve a oportunidade de ser ouvido. Afeta nossa vida e nossos bens. Queremos que tomem providência de forma adequada, que dê respostas para nossas comunidades. Não queremos sair daqui. Eles não podem tomar decisões sozinhos”, disse Antônio, morador da região, em entrevista para o Jornal da Manhã desta segunda-feira (25).

“Tem quatro anos que essa rachadura aumenta. A Marinha sempre fica omissa. Se disser que tem risco, vai colocar as pessoas em pânico. As pessoas que vivem aqui já não dormem. Vivem em pânico. O MPF teve a reunião, mas não participamos. Quem está sentindo na pele é o povo que vive aqui”, complementou.

 

Codesal e Inema pontuaram que realizaram inspeções no local, enquanto a Marinha apresentou laudos para assegurar a inexistência do risco e detalhou que iniciou o processo de instalação de instrumentos para monitoramento da situação da barragem, além da contratação de especialistas para realizar o estudo aprofundado da estrutura.

Foi decidido durante a reunião que os municípios de Salvador e de Simões Filho deverão fazer o levantamento das comunidades que seriam imediatamente impactadas por eventual rompimento da barragem. Já o Inema deverá concluir o levantamento da situação das barragens particulares situadas acima da Barragem Rio dos Macacos e cobrar dos proprietários a devida manutenção, com o objetivo de evitar uma sobrecarga.

Responsável por classificar a barragem como categoria de risco alto e dano potencial associado alto do resultado da reunião, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) afirmou que, pelas ações e laudos apresentados, a retirada das comunidades próximas deixa de ser uma providência de necessidade imediata.

Na última quinta-feira (21), moradores do Quilombo dos Macacos e do Bosque Imperial de Inema protestaram na BA-526, entre Salvador e Simões Filho. Eles reivindicam que a barragem passe por reparos e que várias famílias não possuem para onde ir caso haja um rompimento.

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