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Cracolândia: corpo é encontrado após serviço para usuários ser fechado

A prefeitura de SP fechou o serviço de apoio para usuários de drogas

A Prefeitura de São Paulo fechou nesta quarta-feira (8), o Atende 2 (unidade de Atendimento Diário Emergencial), na região da cracolândia, centro de São Paulo. O novo serviço, no Glicério, fica a cerca de 2 km do Atende 2.

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Durante a remoção de usuários, um homem morto foi encontrado nas imediações e levado para o equipamento público. De acordo com informações de funcionários, o homem, não identificado, teria tuberculose.

O psiquiatra e coordenador do programa Redenção, estratégia municipal para o atendimento de usuários de drogas, afirma que a causa da morte está sendo investigada pela Polícia Civil. Apenas depois disso, a possibilidade de ser um caso de Covid-19 poderá será investigado.

O novo coronavírus já causou a morte de 667 pessoas no país e infectou mais de 13 mil. Na região da cracolândia, as condições sanitárias favorecem a disseminação dos casos.

Logo cedo, por volta das 8h, três ônibus levaram 160 usuários do serviço para o novo equipamento da prefeitura, o Siat 2 (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica), no Glicério. Outros 53 foram à pé. Apesar das reclamações e do clima de tensão que se formou no local, não houve incidentes.

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“Havia muita aglomeração no Atende. O novo serviço junta a assistência social com o atendimento em saúde. Nosso objetivo é salvar vidas”, diz Guerra em relação aos riscos de contaminação dos usuários em meio à pandemia. “É uma população que já é vulnerável: 9,5% têm tuberculose, 6,3% têm HIV e quase 10%, sífilis.”

O Atende 2 tinha capacidade para 185 pessoas e oferecia serviços como espaços de descanso, banheiros e refeitório, além de oficinas socioeducativas. O novo serviço, no Glicério, diz a prefeitura, poderá atender 200 pessoas diariamente.

Entre os funcionários do serviço e voluntários ligados a entidades que atuam na região, no entanto, o clima era de insatisfação. A distância do novo equipamento e a ausência de um serviço municipal no local, reclamavam, pode causar ainda mais vulnerabilidade para os usuários.

Um voluntário, da Craco Resiste, que pede para não se identificar, afirma que o temor maior a partir de agora será, com a ausência do serviço de assistência social, a violência policial. Segundo ele, a medida faz parte de um processo de remoção de usuários da Luz com objetivos de viabilizar projetos imobiliários.

O local conhecido como fluxo, onde os usuários se aglomeram para fumar a pedra, continua inalterado, dizem os voluntários. Durante a remoção, muitos se espalharam pela região e voltaram logo que o serviço foi fechado.

Guerra afirma, porém, que houve redução no número de pessoas no fluxo -cerca de 450 durante o dia e 700 no final de tarde e fins de semana.

Sobre a ausência de serviços municipais, ele afirma que ainda há no local a atuação do Redenção na Rua, equipes que fazem a abordagem dos usuários e diagnóstico médico. Elas passaram de 18 para 25.

As acomodações que os usuários irão ocupar no Glicério também são questionadas. Contêineres foram colocados no bairro para abrigar essa população. Quanto à possível nova aglomeração a ser formada no local, Guerra afirma que as equipes do Redenção na Rua farão o diagnóstico em caso de infecção pelo novo coronavírus previamente.

Além das reclamações de quem atua na cracolândia, moradores do Glicério não ficaram satisfeitos com a chegada dos usuários ao Siat 2. Segundo eles, ninguém foi avisado da instalação dos contêineres no local. Eles afirmam que a praça em que eles foram colocados fica ao lado de uma escola e de uma creche.

“Moro aqui há 50 anos e estamos brigando com a prefeitura desde dezembro por causa disso”, diz Sandra Conceição Madour, que faz parte do movimento Reage Glicério. “Temos duas ações protocoladas com o Ministério Público e um boletim de ocorrência registrado.”

Na terça-feira (7), a Defensoria Pública do Estado de São Paulo ingressou com ação para tentar barrar o fechamento do Atende 2.

“No ofício em que se solicitou informações e se explicou o porquê da necessidade do fechamento do serviço não ocorrer agora, fixou-se o prazo de 24 horas para resposta. Nessa terça, às 12h, o prazo expirou. As respostas não foram dadas. Ajuizamos, então, a ação com pedido de liminar”, afirma o defensor público Davi Quintanilha Failde de Azevedo, coordenador auxiliar do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos.

Fonte: FolhaPress

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